Não faz muito tempo, eu não acreditava em empoderamento feminino, não gostava de ser celebrada no Dia Internacional das Mulheres, e era contra cotas para mulheres no mercado corporativo. Simplesmente, não me reconhecia nesses eventos. Afinal, minha carreira havia sido, ao meu ver, completamente meritocrática, com muito suor e preparação. Em nenhum momento da minha vida como executiva, me senti menor ou escolhida, simplesmente, por ser mulher. Participei de algumas entrevistas e oportunidades de promoção, e quando as conquistava, nunca pensava que era pelo simples fato de ser mulher. Havia me preparado para essas oportunidades, e portanto, não me sentia especial, de nenhuma maneira.
Também, trabalhava muito bem com todos, inclusive com os executivos homens, que na maiorida das vezes, eram meus gestores e reportavam para líderes (também, homens) na cadeia hierárquica da empresa. Talvez, por trabalhar em uma área, predominantemente feminina, o RH, eu não senti que o mundo corporativo era difícil para mim, por ser uma executiva mulher. Cresci em minha carreira, nesse ramo, até quando decidi que já não queria me dedicar ao mundo corporativo.
E foi quando saí desse mundo, e me dediquei ao empreendedorismo, aprendendo e vivenciando mais e mais a realidade de executivas e empreededoras, diariamente, que eu o entendi melhor, e percebi que talvez, a minha vida corporativa tenha sido, de fato, uma exceção…pelo menos, ao compará-la a situação da mulher no mercado de trabalho no Brasil, como um todo.
Pesquisas como as do IPEA * nos mostram, por exemplo, como ainda há desigualdade de gênero no mercado de trabalho, no Brasil. E esses números são ainda mais desiguais se considerarmos a realidade das executivas negras. Entretanto, há ainda quem conteste que a desigualdade de gêneros exista de forma expressiva, como se vê de maneira geral, na mídia. A Prager University ** questiona a metodologia das pequisas sobre desigualdade de gênero, mundialmente, e nos mostra um outro lado do ´gap´ entre homens e mulheres. Claramente, o tema é incongruente e sinceramente, não conheço profundamente a metodologia dessas ou cada pesquisa que vejo sobre desigualdade de gêneros no Brasil. Mas, entendo que seja um tema importante e que deve ser discutido com seriedade, pois existem diferenças. E se nada for feito a respeito, será um longo caminho até que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de cargos, salários e de liderança, em geral. Não deixam de ser números preocupantes e desafiadores, e portanto, não há como não pensarmos que o empoderamento feminino, seja ele como for, e cotas no mercado de trabalho, ainda são necessários para revetermos a realidade dessa desigualdade. E sim, até o Dia Internacional da Mulher, ainda será necessário para que, pelo menos um dia ao ano, todos parem alguns segundos para lembrarmos de que mudanças são necessárias e urgentes.
Portanto, o que será do empoderamento feminino e do Dia Internacional da Mulher daqui 5, 10, 15 anos? Tudo dependerá de quanto todos, homens e mulheres, se conscientizarem da importância da igualdade de gênero, não como um ato de misericórdia, mas como um ato de bom senso e justiça. Quem sabe, daqui 20 anos, não se falará mais de empoderamento feminino e Dia Internacional da Mulher…quem sabe? Até lá, muito trabalho terá de ser feito. Convido as executivas, em especial, para se capacitarem e se preparem (workshops, cursos, treinamentos, coaching) para assumir cargos com a eficiência e a liderança que, também, somos capazes de exercer. Pois esse deve ser o único critério cabível a qualquer indivíduo a ser escolhido para um cargo relevante: sua competência!
Vamos lá!
Simplesmente real.
Tenho observado e vivido como Empreendedora (Sales Agent) na Industria Química e como Executiva de MNC F&F Industry e hoje como Sales Agent de algumas Companhias estrangeiras do setor de F&B para a Industria Supermercadista do Brasil onde donos, gestores, lideranças em geral são homens.
Observei em muitas MNCs que visitei, A recepcionista mulher, CEO homem, Gerente de Compras, Importações, Exportações; raridade uma mulher nessas áreas mas não se trata de quem é melhor e sim de aprender a explorar o Universo juntos.
Até hoje é uma luta individual até espiritual para superar nuances que sempre existiram.
Curioso porque o homem nasce de uma mulher, es nutrido por uma mulher, educado, cuidado, ensinado, guiado e logo…
No Brasil é cultural e levará muito tempo para melhorar ou ser corregido, isso das quotas é vergonhosos e indigno, nefasto, grosseiro, não contribui, isso é demagógico embora espero tempos cada vez mais auspiciosos para as novas gerações; mudanças para usufruir da Ordem e o Progresso.