Há alguns anos atrás, durante uma aula sobre liderança no meu curso de mestrado, o professor nos pediu para pensarmos em um líder, e que levantássemos a mão, caso quiséssemos compartilhar em quem estávamos pensando. Foram várias as mãos que se levantaram, e vários foram os nomes, bastante conhecidos, de líderes identificados pelo grupo. Bill Gates, o Papa, Madre Teresa de Calcutá, Bill Clinton, entre outros, foram citados como nomes de líderes. Até então, nada me chamara a atenção. Afinal, eu também reconhecia os nomes como os de líderes mundiais que ainda vivos, ou já falecidos, haviam contribuído positivamente para a sociedade mundial.

Até que, um aluno levantou a mão, e disse: Osama Bin Laden! De repente, a classe ficou silenciosa.
E eu, também. Fiquei confusa. Não conseguia acreditar que o cidadão havia tido a coragem de levantar a mão para citar um homem que, na minha opinião, só havia causado mortes, desgraças, e males para a humanidade. Foi então, que o professor quebrou o gelo da sala e disse, ‘Sim, claro. Osama Bin Laden é um grande líder (à época, ele ainda estava vivo). ‘ Houve um outro silêncio. O meu silêncio, na realidade, estava quase se retornando uma revolta. Como assim? Osama Bin Laden…um grande líder? Foi quando, após uma rica discussão sobre o assunto em sala, que eu descobri que talvez estivesse errada sobre o conceito de um líder. Afinal, eu acreditava que líderes eram pessoas iluminadas, com poucos defeitos, mestres em lidar com e inspirar pessoas, e fazer de seus ideais um bem maior para a humanidade. Mas…pensando bem, não era que o Osama Bin Laden era um grande líder, também? Para algumas pessoas, ele era exatamente o que acabei de descrever. E para essas pessoas, ele fez coisas incríveis, especialmente, em nome do Islã. Apesar de todas as tragédias que ele havia causado, ele era, de fato, um influente líder.

Saí da aula muito pensativa. Afinal, era um curso sobre liderança, e de repente, havia percebido que teria de redefinir liderança para mim mesma. Teria de levar em consideração o fato de que havia grandes líderes no mundo, que mesmo contrários aos meus valores, eram e foram grandes líderes, com muitos seguidores e admiradores. Osama Bin Laden, Hitler, Pinochet…tantos os nomes, que até então, eu os relacionava à capítulos terríveis da humanidade, também não deixavam de ser líderes, e o mundo fora diferente depois de suas ações, também.

Então, pensei, afinal…o que é um líder? O que é esse ser humano capaz de causar tanto efeito nas pessoas e no mundo? Quais são as suas características, seus dons, suas habilidades que o distinguem da multidão? Ele/a nasce ou se torna? Existe um líder sem seguidores?

Foram e são essas as perguntas que até hoje, em minha jornada como profissional de Recursos Humanos e Coach, redefino, diariamente, a cada pessoa que se destaca pessoal e/ou profissionalmente, que faz a diferença para uma pessoa, ou para o mundo inteiro.

É claro…apesar do reconhecimento de sua liderança, Osama Bin Laden (por exemplo) exerceu uma liderança de destruição, muito diferente e contrária a que procuro ser e formar em minhas coachees: a liderança de construção por meio do coaching transformador.

Nos próximos blogs, discutiremos mais sobre o líder e a liderança. Até lá, que tal pensar no seu/sua líder de referência e nas razões pelas quais ele/ela é um líder para você?